segunda-feira, 30 de abril de 2012

Cidades Celestiais

"Cada  cidade valoriza mais a manutenção da saúde e bem-estar de cada cidadão do que a proteção dos privilégios de uns poucos. O ar e a água puros e a segurança contra os riscos naturais são considerados direitos básicos de cada cidadão. Cada cidade, portanto, atende eficientemente às questões de saúde e segurança. Estas são vistas não como problemas, mas como uma oportunidade para assegurar benefícios adicionais, que não seriam, de outro modo, economicamente viáveis" (SPIRN, 1995, p.297).

"A atitude utilitária em relação aos espaços livres aumenta a importância atribuída aos poucos espaços especiais dentro de cada cidade que servem ao propósito exclusivo de contribuir para a identidade distintiva da cidade. O caráter desses lugares especiais varia de cidade para cidade: belas formações rochosas; um venerável estande de antigas árvores; um ponto de observação elevado ou privilegiado do qual a cidade pode ser vista como um todo. Esses lugares especiais são populares não apenas para turistas, mas também para os moradores." (idem, p.298).

"Cada cidade se orgulha de seu caráter distintivo e cultiva esse caráter correspondendo ao seu cenário natural, sua história e suas tradições culturais e econômicas" (idem).

"Cada cidade e sua região metropolitana é administrada como um ecossistema integrado e é ligada a uma rede de outros sistemas regionais metropolitanos que, por sua vez, se estendem a Estados e países. (...) A moderna região metropolitana não apareceu da noite para o dia, mas evoluiu gradativamente. Quando a administração do ecossistema urbano passou a ser encarado como essencial à saúde, a segurança e bem-estar, a região metropolitana assimilou cada vez mais o planejamento, a gestão e as funções normativas dos antigos Estados, regiões e municípios. Lealdades estaduais e locais se obstinaram, mas os interesses da comunidade da região metropolitana, com o passar do tempo, abalaram os velhos vínculos. Velhas animosidades no interior dos Estados desapareceram ao longo das fronteiras da região metropolitana" (idem, p.299).

"O que será e o que poderia ser".
"A cidade celestial não é uma fantasia utópica. É uma realidade exequível. É necessário apenas reconhecer o que é bom no presente e fomentá-lo, adaptar modelos bem-sucedidos já forjados por cidades do passado ou de presente e desenvolver novos" (SPIRN, 1995, p.300).


Será?
De fato, precisamos reconhecer a cidade como parte integrante da natureza, entretanto, é necessário inspirar novas políticas e reavivar as antigas, levar à formação de novas instituições e alimentar novas pesquisas as quais devem refletir-se nas formas físicas da cidade. 

...

SPIRN, A. W. O jardim de granito. São Paulo: Edusp, 1995.


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